Por que o nome Carlos tem o “s” no final, mas o feminino Carla não?

Precisamos voltar para o latim para entender essa longa e complexa história.

Jan 23, 2025 - 14:02
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Por que o nome Carlos tem o “s” no final, mas o feminino Carla não?

Longa história. Precisamos analisar o caminho que o nome fez até chegar no português para entender.

“Carlos” deriva de “Karl” das línguas germânicas, que significa “homem livre”, “homem forte” ou apenas “homem”. No latim, a palavra foi grafada como “Carolus”.

O nome ficou extremamente popular por causa de Carolus Magnus (Carlos Magno), o célebre rei medieval que criou um Império que cobria boa parte da Europa Ocidental.

Aí que vem o pulo do gato: no latim, o “s” no final das palavras não significa necessariamente um plural. Na verdade, para nomes masculinos, essa terminação muitas vezes indicava o singular.

Na língua dos romanos, o plural é complexo: é feito com diferentes terminações dependendo da declinação da palavra, ou seja, qual função ela cumpre na frase (se é sujeito ou objeto, por exemplo). No caso de substantivos masculinos na declinação nominativa, ou seja, quando são sujeitos da frase, a terminação “-us” indica singular: amicus é “amigo”, por exemplo. O plural é feito com a partícula “-i”: amici é “amigos”. “Carolus”, então, era singular mesmo.

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“Carolus”, no português, virou só Carlos. Por causa do “s” no final, até parece um plural para nós, mas não é essa sua origem.

No italiano, porém, não é comum que palavras terminem em “s”, nem mesmo no plural – por exemplo, ragazzo é menino; “meninos” vira ragazzi, não “ragazzos”. “Carolus”, então, soava estranho para os italianos, e o nome acabou virando só Carlo.

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Foi daí que veio o feminino Carla – que surgiu primeiro no italiano e depois foi importado para o português, já sem o “s”.

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